BC admite estouro da meta pela 1ª vez

Inflação acima do teto impede governo de cogitar baixa na taxa de juros básicos

Pela primeira vez, o Banco Central admitiu estouro da meta de inflação para este ano- poderá alcançar 6,6%- o que torna inviável também a hipótese de redução da taxa básica de juros, a Selic. O centro da meta de inflação é 4,5% e o limite superior é 6,5%. A informação consta do Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente pelo BC.

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A taxa Selic é o principal instrumento do BC para o controle da inflação. Para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

No novo relatório, o BC destaca as incertezas sobre as expectativas e o comportamento da inflação, combinados com a presença de mecanismos de indexação (reajuste de preços com base em índices de inflação). Para o BC, também o processo de realinhamento de preços livres em relação aos administrados e dos domésticos em relação aos internacionais é mais demorado e intenso que o previsto. “Adicionalmente, remanescem incertezas em relação ao comportamento da economia mundial”, disse o BC.

O BC cita que incertezas quanto ao processo de recuperação dos resultados fiscais e em relação à sua composição também afetam a inflação. Segundo o Banco Central, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior da meta é 55%, em 2016 e 22%, em 2017. Para o mercado, essa probabilidade é 65%, em 2016, e 33%, no próximo ano.

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*Informações de CNseg.

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