Presidente da FenSeg destaca seguro popular de automóveis e apresenta dados

Vinte milhões de veículos devem aderir à nova modalidade

No dia 1º de abril foram aprovadas as regras para comercialização do seguro auto popular. O produto abre mão de peças originais usadas e permite que genéricas sejam utilizadas. Isso faz com que o preço do seguro possa ficar até 30% mais barato, conforme apura a Superintendência de Seguros Privados. O foco deste tipo de apólice são veículos que possuam entre cinco e vinte anos de circulação. “Não podemos afetar as garantias dos veículos com o uso de peças genéricas. Muitas montadoras aumentaram a assistência para este prazo. Sempre buscamos as melhores alternativas ao consumidor”, conta João Francisco Borges da Costa, presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais ao participar do tradicional almoço mensal do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre (RS). O encontro, realizado na última quinta-feira, reuniu mais de 120 profissionais da categoria.

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A crise econômica que atinge o Brasil exige a prospecção de novos mercados, bem como adequação das coberturas oferecidas pelo ramo de seguros. A perspectiva é de que 20 milhões de veículos adquiram proteção com a nova modalidade. “Isso pode reequilibrar o mercado a curto e médio prazo”, disse o palestrante.

A capacidade automotiva também foi abordada por João Francisco, que trouxe um levantamento sobre a capacidade produtiva das montadoras de veículos em nível mundial. O número chega a 126 milhões de unidades, porém a indústria deve produzir 91,5 milhões, o que gera um déficit de 35 milhões de carros no mundo. Isso representa 73% do total da possibilidade de produção. O Brasil é líder no segmento automotivo na América do Sul, produz 70% do total de veículos com 50% de ociosidade em seu parque industrial. São ao todo 5,2 milhões de veículos. Os números embasam a afirmação de que a frota brasileira está envelhecendo após a profunda e constante renovação dos últimos vinte anos. “Algumas cidades, como São Paulo, possuem padrão europeu na relação média de veículos por habitante”, revelou o também presidente da HDI Seguros no Brasil.

Departamento de Trânsito é fundamental para implantação

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Ildo
Ildo Mário Szinvelski, diretor geral do Detran-RS.

Representantes da Segurança Pública e do Departamento Estadual de Trânsito participaram do almoço, o primeiro sob o comando de Guacir de Llano Bueno na presidência do SindSeg-RS. Ildo Mário Szinvelski, diretor geral do Detran-RS, ressaltou a queda de taxa de acidentes no trânsito gaúcho graças às ações integradas que foram colocadas em prática nos últimos anos. “Além de uma melhor formação de condutores, temos a Balada Segura e fiscalização efetiva para barrar o excesso de velocidade”. Szinvelski também reitera a importância da atuação conjunta para barrar o mercado ilegal de desmonte de veículos. “Precisamos oportunizar maior segurança à todos. É isso que a população quer”, afirma.

Um dos questionamentos existentes sobre a implantação do seguro popular é referente a origem e controle das peças utilizadas, por isso, se faz fundamental a atuação conjunta do mercado segurador com o departamento. Com maior controle sobre segurança e procedência é possível acompanhar as informações inclusive pela internet, o que deve diminuir o roubo e furto de veículos. A base conta com mais de um milhão de itens cadastrados, além dos chamados CDVs (Centros de Desmanche de Veículos), devidamente autorizados para comercialização de peças inclusive com emissão de nota fiscal. Para conferir basta acessar este site.

Performance de outros nichos

Dados de janeiro a março de 2016, apresentados pelo executivo, mostram um crescimento real de 1,9% de volume de prêmios arrecadados pelo mercado, basicamente por causa de ramos que não são os tradicionais como o segmento de seguros de automóveis, considerado parte significativa da arrecadação, representando 42,6% do mercado. Porém, João Francisco apontou que a modalidade não está contribuindo de maneira positiva, com uma performance negativa de 3,4%. Já o segmento de seguro Patrimonial teve 2,4% positivos. “Isso foi bastante puxado pelos seguros não ligados a atividades de varejo. O seguro de garantia estendida e os riscos de engenharia tiveram performances negativas”, pontuou o presidente da Federação.

Outros dados apresentados apontaram um crescimento de 10,5% no seguro habitacional. Em seguro de riscos financeiros, fiança locatícia teve performance negativa, e garantia, 17,8% positivos. O que se constata é que grande parte da fiança bancária concedida pelas instituições financeiras (bancos) migrou para a atividade de seguros, tendo em vista a redução dos limites dos clientes. “De certa maneira os bancos preferiram endereçar essas garantias para o segmento de seguro e isso está criando essa performance positiva”, complementou João Francisco. Nos demais ramos, o seguro rural se destaca, com 34% de evolução positiva. No geral, ele atribui esses resultados às mudanças de calendário. “O fato é que algumas renovações migraram de dezembro para janeiro e impulsionaram os números, de certa maneira”, finalizou.

Confira todas as imagens do almoço

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*Com informações complementares de Luciana Ayres, analista de comunicação da CNseg.

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