Pesquisa Willis Towers Watson: novas responsabilidades, órgãos reguladores, e as ameaças cibernéticas continuam tirando o sono dos diretores

Publicamos os resultados de nossa quarta pesquisa anual de responsabilidades civis de diretores, realizada em conjunto com a empresa de direito internacional Allen & Overy

Desde que começamos a publicar esta série, em 2011, diretores do Reino Unido tornaram-se responsáveis por novos crimes:

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Suborno, corrupção e fraude
Concorrência e cumprimento da lei Antitruste
Lei ambiental
Saúde e segurança
Impostos
Autorizações/aprovações
Lavagem de dinheiro
Requerimentos de informações financeiras
Dodd-Frank (Lei dos EUA que implementa algumas reformas e regulações à indústria financeira) e outra legislação fora dos Estados Unidos.

Este ritmo de mudança não dá sinais de que irá diminuir. Ao mesmo tempo, o novo imperativo de responsabilidade pessoal nas salas de reuniões, ou seja, de assumir essa preocupação, já está incorporado no DNA de reguladores.

Pela primeira vez os ataques cibernéticos e a perda de dados estão acentuados em nossos resultados, sendo que um terço dos entrevistados vivenciou ao longo do último ano um ataque cibernético ou perda de dados grave o suficiente para chamar atenção e ser levado ao conselho da empresa.

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Principais conclusões:

Uma série de temas surge a partir das estatísticas:

– Mais de um em cada quatro entrevistados em nossa pesquisa (27%) tem experiência de uma reclamação ou investigação envolvendo um diretor de sua empresa. No caso de empresas públicas, isso aumenta para 39%, enquanto apenas 10% das empresas privadas têm encontrado tais alegações.

– Quase um terço têm experiência de um ataque cibernético ou perda de dados significativos, sendo suficientes para serem levados à atenção do conselho nos últimos 12 meses.

– Apenas 56% estão cientes do U.K. Government’s stated plan – plano do Governo do Reino Unido- para estender o Regime de Gerente sêniores para todos os intermediários financeiros e gestores de ativos no Reino Unido.

– Regulatório e outras investigações e inquéritos são novamente considerados os maiores riscos enfrentados pelas empresas e seus diretores, mas na sequência agora entram ataques cibernéticos e perda de dados como as principais novas preocupações.

– Há um aumento da percepção do potencial para conflitos de interesse entre diretores e empresa, especialmente de empresas públicas no setor de serviços financeiros.

Quando se trata de cobertura da apólice de D&O, os diretores estão mais preocupados que:

– Respondam a reclamações em todas as jurisdições

– Seja fácil e claro seguir os termos da apólice

– Haja cobertura para o custo de aconselhamento nas fases iniciais de uma investigação.

Neste relatório de 23 páginas há um material rico, incluindo uma seção sobre risco cibernético legal (jurídico) e uma seção que estabelece algumas considerações práticas para diretores em relação às proteções individuais de seguros e indenizações D&O.

Um problema de aumento da exposição

De acordo com Francis Kean, diretor Executivo da Willis Towers Watson Finex Global, o cenário demostra que há diversas preocupações que o conselho tem em mente. O especialista cita como exemplo a questão de que a omissão em relação a situações irregulares não ocupa um lugar de destaque entre as preocupações dos administradores (apenas 13% dos entrevistados apontaram como um problema). No entanto, em fevereiro de 2016, diretrizes condenatórias definitivas foram emitidas no Reino Unido, estabelecendo punições elevadas para este tipo de crime. O ponto de partida para as empresas com um volume de negócios bastante modesto é de £ 50 milhões, e na faixa de “alta culpabilidade” é de £ 4 bi.

Outros exemplos de preocupações com questões de responsabilidade que Kean destaca, indo para o fim da fila, incluem disputas relacionadas com o emprego e reivindicações de lei Antitruste. “Eu não acho que essas fontes de responsabilidade tenham diminuído. Então, eu suponho que o que isso nos mostra é que o que continua tirando o sono dos diretores pode de fato não representar o que dará origem a uma reclamação contra eles. Eu espero que as pessoas concordem que a pesquisa representa um barômetro útil do fator medo, do que acontece hoje”, afirma.

Metodologia

Foram recebidas respostas de mais de 125 indivíduos – administração, diretores não-executivos, advogados internos, especialistas de risco e profissionais de compliance. A maioria dos nossos entrevistados, 56%, trabalhou em empresas públicas, em comparação com 38% das empresas privadas. Em termos de alcance internacional, 39% trabalhavam em empresas que realizaram a maior parte de seus negócios no Reino Unido, enquanto 35% descreveram seus negócios como global.

*Informações de Virta Comunicação Corporativa.

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