34 desmanches ilegais foram interditados no Rio Grande do Sul desde fevereiro

Ação conjunta reduziu roubo e furto de veículos em 10,6%

Locais
Dois desmanches foram interditados na manhã de hoje, em Porto Alegre. Filipe Tedesco/JRS

Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 18, a 19ª fase da operação que visa barrar a ação dos desmanches ilegais no Rio Grande do Sul. Dois estabelecimentos foram interditados na Zona Leste de Porto Alegre.

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Ao todo, 34 locais irregulares foram interditados desde fevereiro deste ano, quando a operação começou a ser realizada. 30 pessoas foram presas em flagrante e 1.500 toneladas de sucata apreendida e encaminhadas para trituração. “De lá para cá é perceptível a queda no roubo e furto de veículos, principalmente na Região Metropolitana e em Porto Alegre. Uma redução de 10,6% em comparação com o segundo trimestre do ano passado”, conta a capitã Marta França Moreira, da SSP-RS. Marta alerta que a população não deve fomentar este mercado, atrelado a outros tipos de crimes, como maus tratos a animais e fortemente ligado aos famosos puxadores de carros. “Em outra oportunidade, encontramos R$ 10 mil separados para distribuição direta aos puxadores”, conta ao incentivar as denúncias através do site do Detran-RS ou nos demais órgãos como a BM (190) e Polícia Civil (197).

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1,5 tonelada de sucata já foi apreendida e triturada. Filipe Tedesco/JRS

Um dos proprietários foi intimado a prestar esclarecimentos por operar empreendimento potencialmente poluidor, sem licenciamento ambiental. A expectativa dos coordenadores da força-tarefa é de que sejam encaminhadas para trituração cerca de 70 carcaças de veículos.

“Em aproximadamente 70% das vistorias acabam ocorrendo prisões em flagrante por receptação de peças roubadas”, conta o delegado Adriano Nonnenmacher de Souza, do DRV/DEIC.

Nove municípios já receberam edições da Operação Desmanche: Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Novo Hamburgo, Montenegro, São Sebastião do Caí e Alvorada.

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Lei dos Desmanches

A Lei Federal 12.977 (Lei dos Desmanches) entrou em vigor em 20 de agosto de 2015, com o objetivo de combater a recepção de veículos roubados. Desde esta data, somente podem atuar no comércio de peças usadas empresas registradas no Detran/RS. Essas empresas devem seguir uma série de requisitos e incluir cada uma das peças à venda no sistema informatizado, vinculando-as à nota fiscal e à placa do veículo de origem. O Rio Grande do Sul possui hoje 212 empresas de desmanches registradas. O consumidor pode consultar estes estabelecimentos no site do departamento.

Força-tarefa

A força-tarefa foi designada pelo governador José Ivo Sartori para atuar na fiscalização dos estabelecimentos ilegais. Cada um dos órgãos envolvidos tem uma função específica nas operações. A Secretaria da Segurança Pública coordena o trabalho do grupo e também define os alvos, através do Setor de Inteligência.

O Instituto-Geral de Perícias tem a função de identificar peças roubadas e atua na parte criminal das operações, juntamente com a Polícia Civil, que também efetua as prisões. O Detran/RS autua administrativamente as empresas e coordena todo o trabalho de apreensão da sucata e sua destinação para reciclagem. A Brigada Militar, por fim, faz a segurança de toda a operação com agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOE).

Seguro

O valor do seguro automotivo na região metropolitana de Porto Alegre é um dos mais caros do Brasil. Reflexo da violência. Aproximadamente 60% do preço é composto pelo roubo e furto de veículos.

“Lamentavelmente, quem acaba pagando essa conta é o consumidor. Porque as seguradoras repassam [o valor] no custeio da apólice para aqueles que adquirem os seguros”, afirmo Ricardo Pansera, presidente do Sindicato de Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul em recente entrevista.

*Colaborou Laura Xavier, da Secretaria de Segurança Pública.

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