Zurich Corporate Conference debate como a Inovação Disruptiva pode afetar a macroeconomia

Encontro realizado no Softel Jequitimar, no Guarujá, contou com a presença de renomados especialistas de Economia, Inovação e Seguro

Emanuel BaltisA Zurich, empresa global de seguros que atua em mais de 170 países, tem 144 anos de existência e mais de 70 anos de experiência no mercado do Brasil, promoveu nesta quinta-feira, 15 de setembro, a 7ª Edição do Zurich Corporate Conference, evento que já é referência no mercado para entender riscos e analisar precauções no setor de seguros. O tema do encontro neste ano foi Inovação Disruptiva.

“O objetivo do evento foi avaliar como as inovações advindas das novas tecnologias e startups influenciam nossa economia e sociedade. Afinal, muitas destas inovações alteram padrões existentes e geram perguntas em diversos setores, não sendo diferente no segmento de seguros, que ainda busca respostas para muitos destes casos”, declara Emanuel Baltis, CEO Global Corporate da Zurich no Brasil, idealizador do evento. “Nosso intuito também foi mostrar as tendências de inovação disruptiva que existem hoje e despertar, nas grandes empresas brasileiras, a percepção de que elas podem formar parcerias com estas startups para incentivar suas próprias inovações”, complementa o CEO.

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As inovações tecnológicas são inegáveis e alteraram não apenas a forma como nos relacionamos com as pessoas, mas também a maneira que as companhias disponibilizam produtos e serviços para os consumidores. E os exemplos são diversos.

Há desde e-commerce brasileiro que inovou ao comercializar moda feminina pela internet, abrindo as portas da Web para esse mercado – tornando-se o maior site de e-commerce brasileiro no segmento – até exemplo de iniciativa que revolucionou a forma de consumir filmes e séries ao disponibilizar milhares de títulos via streaming, cobrando mensalidades atrativas.

Outros modelos de inovação entre mercados e consumidores incluem oferta de serviços de transporte público a preços mais atraentes e serviços diferenciados para o passageiro, assim como a transformação do mercado hoteleiro quando proprietários puderam disponibilizar suas casas para turistas, geralmente por um valor abaixo do praticado por hotéis.

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Todos estes exemplos são startups de modelo de negócios que romperam com a maneira tradicional com a qual o mercado se relaciona com seus consumidores. Mais do que isso, provocaram debates, causaram polêmica e forçaram alterações no mercado. É isto que a inovação disruptiva causa: uma ruptura em modelos antes encarados como consolidados.

Zurich Virtual Go

Demonstrando o quanto entende de inovação e que possui constante investimento em análises para entender melhor o funcionamento do mercado, a Zurich também apresentou sua contribuição durante a 7ª Edição do Corporate Conference. A empresa ofereceu aos participantes a sua própria versão de jogo que aplica realidade virtual. Desenvolvido sob o conceito de gamification, cuja essência é utilizar estratégias de interação lúdica para estimular o conhecimento, e denominado Zurich Virtual Go, o jogo disponibiliza um treinamento diferenciado de novas metodologias de análise de riscos. “O Zurich Virtual Go tem por objetivo fazer com que os participantes identifiquem os riscos existentes em uma fábrica. Esta ferramenta é uma invenção da Zurich Brasil e foi desenvolvida para ser usada em nossos treinamentos internos. Porém também é possível que, no futuro, possa ser utilizado por clientes e corretores. Sem dúvida, é uma excelente atividade para entender como funciona nosso segmento e especialmente nossa companhia, afinal, somos reconhecidos internacionalmente por nossa expertise em análise e engenharia de riscos”, avalia Baltis.

Mercado

Para entender como estas inovações influenciam mercados e países, o encontro contou com a palestra do economista,doutor em economia pela Unicamp e professor do Programa de Mestrado Profissional da FGV/SP, Carlos Kawall, que trouxe balanço e reflexões sobre o desempenho da economia doméstica nos últimos anos e perspectiva para os próximos. “Dados os fatores que contribuem para que a recuperação econômica seja lenta, teremos, em 2017, uma recuperação pequena do PIB. Acredito em 0,5%, embora a média dos analistas aponte para alta de 1,2%. Ainda neste cenário, imaginamos que a Selic pode chegar a 10% ao final de 2017”, avalia. Mas, as perspectivas são positivas. “Assim como já saímos de diversas outras crises, com esta não será diferente”, ponderou o Kawall.

Também esteve presente ao evento o renomado estudioso sobre inovação, Hitendra Patel, que apresentou um panorama sobre a inegável inovação que as startups trouxeram para o ambiente de negócios. “O que não podemos deixar de observar é que estas influências levam cada vez menos tempo para alterar as dinâmicas de mercados antes estabelecidos. Isso nos prova que é preciso estar atento às mudanças, pois elas virão e teremos que aprender a nos adaptar a elas: tanto enquanto consumidores, quanto como companhias”, avalia.

Demonstrar como essas startups são criadas e como elas alteram dinâmicas econômicas de países e companhias foi a missão de André Monteiro, CEO do Innovators, que oferece capacitação para empreendedores brasileiros se tornarem competitivos e oferece suporte para grandes empresas que desejam inovar dentro de mercados consolidados. Monteiro explicou como criou uma rede de mais de seis mil startups, auxiliado dezenas delas a performarem com captação de investimentos, metodologias, estratégia e internacionalização de negócios globalmente inovadores. “Isso nos faz refletir o quanto as startups também influenciam na diminuição do período em que uma empresa precisa para estar entre as maiores do mundo, afinal, na década de 1960, o tempo médio para que o valor de uma companhia atingisse o patamar de estar entre as maiores do mundo era de 20 anos”, explica. “Hoje, este tempo pode ser reduzido para dois anos.”

Todas estas inovações trazem um mundo novo para diferentes mercados. E o mercado de seguros integra essa lista, passando a ter de entender quais desdobramentos as disrupções podem gerar, assim como meios de precificar os riscos que devem estar contidos em uma apólice de seguros. “Muitas variáveis influenciam este mercado e estas são compostas por perguntas às quais ainda não temos respostas”, avalia o Superintendente da área de Risk Engineering da Zurich, Carlos Cortés. Para ilustrar estas variáveis, Cortes apresentou um vídeo em que hackers atacam o computador de um carro através da conectividade à internet do sistema de entretenimento, permitindo desativar o sistema de aceleração e os freios, por exemplo. “Nestes casos, de quem seria a responsabilidade dos possíveis acidentes que esta ação pode causar?”, indaga o superintendente. “Embora ainda não tenhamos as respostas, acreditamos que o setor caminha para, cada vez mais rápido, estar apto para contribuir com estas avaliações”, diz Cortés.

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