Depois de mortes, relatório aponta riscos dos adaptadores falsificados para iPhone

Das 400 amostras testadas, 99% apresentaram falha

Julho de 2013, uma jovem chinesa de 23 anos atende ao telefone, conectado à tomada, e morre eletrocutada. Um ano depois, em junho de 2014, uma filipina de 28 anos, tem o mesmo fim trágico, eletrocutada dentro de sua própria casa. Em comum, além de um celular da Apple, elas tinham adaptadores para recarga com selo de certificação UL falsificado, conforme identificação posteriormente realizada pelo programa de Proteção da Marca UL.

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Com exceção de três exemplares, dos 400 testados, todos os demais não passaram em testes básicos de segurança e apresentaram riscos de descarga elétrica e incêndio

Um adaptador é um dispositivo usado para fornecer ou converter a energia de uma saída elétrica a um padrão (ou tensão) que o dispositivo alimentado possa usar. No caso de um iPhone, o adaptador original converte, com segurança, uma tensão de entrada de 100 a 240 VCA em uma saída de 5 VCC. Portanto, independentemente de onde for utilizado, o adaptador converterá a eletricidade de alta em baixa tensão, carregando o aparelho com segurança.

A fim de reduzir a venda de produtos elétricos perigosos falsificados e aumentar a segurança, pesquisadores da UL – organização global de ciência da tecnologia – realizou uma série de testes em adaptadores para iPhone falsificados. No total, foram testados 400 adaptadores e a taxa de falha geral foi de 99%. Com exceção de três exemplares, todos os demais não passaram em testes básicos de segurança e apresentaram riscos de descarga elétrica e incêndio. Doze (3%) foram tão mal projetados e fabricados que apresentaram um risco de eletrocussão letal ao usuário.

Os adaptadores falsificados foram obtidos de diversas fontes em oito países diferentes ao redor do mundo, incluindo EUA, Canadá, Colômbia, China, Tailândia e Austrália. Para a avaliação foram definidos dois testes relativamente simples.

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Risco de choque

Um teste de resistência de isolação elétrica determina até que ponto o adaptador é isolado da rede elétrica. A unidade é tensionada aplicando alta tensão entre a entrada e a saída de energia, para ver se haverá passagem de corrente acima do limite especificado. Em caso positivo a unidade é reprovada, por ter isolamento insuficiente, e avaliada como perigosa pelo potencial significativo de choque elétrico.

O outro ensaio mede a quantidade de corrente que poderia passar pelo corpo de alguém que entra em contato com o produto (tanto o próprio adaptador quanto o cabo de conexão, a saída para o smartphone ou mesmo fuga de energia pela terra) quando ele está ligado à corrente elétrica. Cada aparelho é produzido para tolerar uma determinada tensão máxima, com uma margem de segurança, que ele deve suportar. Se ocorrer fuga de corrente, a unidade é reprovada por isolamento insuficiente e, novamente, avaliada como perigosa, com risco de eletrocussão ao usuário.

Como conclusão, a UL identificou que, na maioria dos casos, os produtos falsificados não foram projetados nem fabricados para atender aos padrões de segurança do setor e não têm os recursos mínimos de segurança necessários para proteger os usuários dos riscos de descarga elétrica e incêndios. Além disso, os componentes internos são completamente diferentes dos utilizados em um adaptador original da marca. Dessa forma, a empresa recomenda a compra de produtos originais da Apple, certificados com a marca UL.

Confira o estudo na íntegra (PDF)

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