Estimativas do euro e do dólar podem indicar próximos passos da política monetária

Apesar das semelhanças entre as trajetórias inflacionárias, bancos centrais devem assumir diferentes perspectivas

Nesta sexta-feira (30), serão divulgados dois indicadores importantes de inflação: a prévia do índice de preços ao consumidor da União Europeia em junho, bem como o índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que aponta o nível preços de gastos de consumo das famílias norte-americanas em maio.

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No caso das prévias do índice de preços ao consumidor da União Europeia e de seu núcleo, em primeiro lugar, a expectativa é de que estes variem 1,3% e 1%, ante o mesmo mês do ano passado, respectivamente. Se isso se confirmar, teremos que a inflação seguirá aquém da meta do Banco Central Europeu, de 2%. É importante lembrar que o índice já havia atingido 2% anteriormente, ou seja, está se distanciando da meta. Portanto, o desafio do BCE seria crescente. E pior, não fossem os preços dos alimentos e de energia, a inflação corrente seria ainda mais baixa.

No caso dos indicadores do nível de preços da economia norte-americana e do seu núcleo, por sua vez, a expectativa é de que estes variem 1,5% e 1,4% na comparação interanual, respectivamente. Assim como na UE, o índice nos EUA está aquém da meta da autoridade monetária, de 2%. Não fossem os preços dos alimentos e de energia, a inflação corrente também seria ainda mais baixa. Além disso, a inflação anual também já havia atingido 2%. Ou seja, também se distancia da meta.

Contudo, ocorre que, cada um ao seu modo, esses bancos centrais também contemplam as respectivas condições de atividade econômica em suas decisões. A União Europeia e os Estados Unidos contam com perspectiva de recuperação econômica. Mas no caso da Europa isso ocorre de modo heterogêneo entre seus membros. Diante disso, o BCE deve ser mais cauteloso do que o “Federal Reserve” em seu processo de aperto monetário. Sem dúvida, essa diferença nas velocidades de aperto monetário trará efeitos na paridade entre o euro e o dólar.

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Gestão

Mais uma semana em que o noticiário político teve mais destaque que os demais acontecimentos. O mercado segue em passo de cautela, aguardando os próximos passos da Procuradoria Geral da República e Polícia Federal que tendem a adicionar volatilidade.

Dentre os destaques econômicos tivemos o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em que o Banco Central trouxe a visão de uma inflação mais comportada para 2017, mas mostrando sinais de acomodação no horizonte de 2018.

Com o cenário de maior incerteza na economia brasileira, o Ibovespa registrou queda de 0,87% no período, aos 61.087 pontos. Pelo lado positivo, as ações do setor de siderurgia tiveram melhor desempenho, com destaque para Gerdau que subiu 7,54%. Já pelo lado negativo, as ações da Fibria caíram 7,97%. No mercado de cambio, o real se desvalorizou frente ao dólar 1,54% cotado a 3,3427.

No mercado de renda fixa as divulgações do RTI e do IPCA-15 reforçaram a expectativa de continuidade no ritmo de cortes da Selic. Porém o cenário de incerteza política na condução e aprovação das reformas não deixa os vencimentos mais longos da curva de juros cederem para patamares mais baixos. Os destaques da semana foram: Jan18 queda de 10 pontos; Jan19 queda de 9 pontos; Jan21 alta de 11 pontos; Jan23 alta de 16 pontos; Jan25 alta de 19 pontos.

 

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