Boa parte dos brasileiros começou 2018 no vermelho

Entre as metas para o ano novo, cuidar melhor do dinheiro costuma aparecer com frequência

Quatro a cada dez consumidores brasileiros começaram o ano de 2018 com as contas no vermelho, ou seja, não conseguiram pagar todos os seus débitos. Os dados são do Indicador de Propensão ao Consumo, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

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Além disso, cerca de 45% dos consumidores dizem estar no limite do orçamento e só 13% estão com sobra de recursos. O que mostra como a situação financeira do brasileiro está apertada.

Para tentar reverter a situação, o plano apresentado pelos consumidores segundo a pesquisa, é tentar diminuir os gastos. Cerca de 48% dos entrevistados apresentaram esta alternativa como forma de retomar a saúde financeira.
Em outra pesquisa, realizada pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o 13º salário apareceu como uma alternativa para o pagamento das dívidas.

A grande maioria dos entrevistados que estavam endividados (94%), afirmaram que a principal origem das dívidas era o cheque especial e o cartão de crédito, e que o plano era quitar os débitos com as duas parcelas do 13º salário.

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Para representantes do SPC Brasil, a renda extra do final de ano pode contribuir positivamente para o quadro que o brasileiro está enfrentando. O recebimento do 13º salário pode aliviar a situação do consumidor, mas não se pode esquecer que este aumento de renda é temporário.

Assim que o orçamento estiver equilibrado, é preciso manter o controle de gastos, estabelecer prioridades e realizar ajustes sempre que necessário. Esta tarefa precisa ser constante e exige disciplina, mas fará diferença no bem-estar financeiro do consumidor.

A principal reclamação entre os consumidores que chegaram a esta situação, e responderam a pesquisa do SPC e CNDL, é o alto nível dos preços (24%). O desemprego também apareceu em 18% das opiniões, a busca constante por economizar em outros 18%, e o endividamento e a difícil situação financeira apareceu em 16% das respostas.

A pesquisa também revelou que 22% dos consumidores que possuem empréstimos e financiamentos estão com parcelas pendentes e outros 27% afirmam que já pagaram parcelas em atraso ao longo do contrato. Já com relação ao cartão de crédito, 47% dos entrevistados admitem que houve aumento recente no valor da fatura.

A pesquisa do SPC e da CNDL entrevistou 800 pessoas em doze capitais do Brasil, em cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. A amostra foi composta por pessoas com idade igual ou maior que 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais.

Em contrapartida, enquanto a pesquisa revela a complicada situação financeira dos brasileiros, a Caixa Econômica Federal divulgou, nesta primeira semana do ano, que fechou 2017 com captação líquida positiva de R$8 bilhões em depósitos na poupança.

Mesmo em um cenário de baixa na taxa básica de juros brasileira, a Selic, que afeta o rendimento mensal da poupança , e tendo em vista que boa parte dos brasileiros vivem um momento complicado com relação às suas finanças, o resultado positivo da poupança foi animador para a economia do país.

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