Questões estratégicas em debate no 7º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro

Painéis contemplaram aspectos políticos, técnicos e regulatórios do setor

A sétima edição do Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro expôs ao mercado brasileiro questões técnicas, políticas e econômicas de alto nível. Considerado o melhor congresso internacional do Brasil, o evento apresentou uma visão crítica sobre o cenário jurídico e institucional do País em palestra com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Outro painel sobre renovação política complementou a participação de Barroso.

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Marcelo Barreto Leal
Marcelo Barreto Leal é presidente da Comissão Especial de Seguros e Previdência Complementar da OAB/RS.

“O grande desafio é que a indústria de seguro se fortaleça através das operações de resseguro. Isso é muito positivo para o País e para o mercado, pois torna a economia sólida. O seguro é um fomentador e organizador da economia e a ascensão das resseguradoras, que estão em constante crescimento, garante a solvência e sobretudo a credibilidade que dá a vivência ao setor como um todo”, analisou Marcelo Barreto Leal, presidente da Comissão Especial de Seguros e Previdência Complementar da OAB/RS.

Inovação e tendências de mercado nortearam os painéis, realizados entre os dias 10 e 11 de abril. Além disso, os aspectos das coberturas, riscos e regulação de sinistros cyber foram amplamente abordados, bem como o ambiente para desenvolvimento das insurtechs.

“É importante abordar este grande nicho do resseguro. Nossa presença no evento vem de encontro às necessidades contantes de agregar conhecimento, com enfoque em tecnologia para a promoção de soluções e prestação de serviços para as companhias do mercado”, disse Eduardo Della Giustina, CEO da Expermed.

Realizado pela Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), com apoio institucional da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e da Escola Nacional de Seguros, o congresso ainda apresentou os impactos das recentes alterações regulatórias, além das mudanças climáticas e do seguro agrícola. Os ramos de saúde suplementar e D&O também ganharam visibilidade neste grande debate de temas estratégicos para o desenvolvimento do setor como um todo. Foram, ao todo, mais de 700 operadores atentos às discussões.

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Com mais de uma década de atuação no mercado de resseguros, Isabel Solano, diretora de subscrição internacional do IRB Brasil RE, contou que se sentiu prestigiada ao ser convidada para participar do evento. Isabel foi palestrante na mesa-redonda com o tema “Internacionalização e Competitividade do Resseguro Brasileiro na América Latina”.

“Temos uma história de aprendizado para contar em termos de desenvolvimento de produtos e de subscrição, mas que ainda está se construindo. O maior ressegurador brasileiro está com mais foco em sua trajetória na América Latina e esses momentos de troca de experiência são fundamentais para trilharmos um caminho de sucesso”, acredita Isabel.

O IRB patrocinou o Encontro de Resseguros do Rio de Janeiro pelo 4º ano consecutivo e também participou dos painéis técnicos “Mudanças Climáticas e o Seguro Agrícola”, com o executivo Miguel Almeida, gerente de riscos rurais, e “Transações Estruturadas em Resseguro”, com Daniel Veiga, diretor de subscrição specialties.

Corretores de resseguros apostam na recuperação da economia

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Resseguros (ABECOR-SE), está em alta a confiança dos corretores de resseguros quanto a economia brasileira. 73% dos participantes de uma pesquisa com as principais empresas que atuam neste mercado acreditam que a economia deve melhorar no próximo semestre. No entanto, a maioria dos consultados (64%), pensa que o faturamento do setor deve permanecer a mesmo.

A incerteza sobe quando o assunto é a rentabilidade. Apenas 27% acredita que os índices devem melhorar. O mesmo percentual é dos operadores que estimam uma piora neste cenário. O restante (45%), projeta que os números serão iguais.

“Pelos resultados obtidos, nos próximos seis meses, o negócio com maior possibilidade de desenvolvimento é o segmento de transportes, segundo a opinião das próprias corretoras de resseguro”, informa o estudo assinado pelo consultor econômico Francisco Galiza.

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