Muda o comando, mas não a visão da Porto Seguro

Busca por eficiência e contato com ideias inovadoras transformam operações da seguradora

Com mais de 70 anos de história, a Porto Seguro atravessou momentos importantes tanto na economia como na história brasileira. Fabio Luchetti deixa a presidência executiva da companhia e transmite o cargo a Roberto Santos, que conta com vasta experiência de 35 anos no mercado de seguros. Destes, 15 foram dedicados ao Grupo Porto Seguro, onde já passou por diversos cargos em praticamente todos os ramos operacionais.

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A Revista JRS conversa em primeira mão com o executivo desde que assumiu a presidência. Para Roberto Santos, dedicação, relacionamento e inovação são primordiais para o crescimento do setor. “Não apenas no ramo de seguros, como em qualquer atividade, a relação que você tem com a empresa impacta fortemente nas operações. A companhia que eu trabalho, por exemplo, sempre preza por tratar todos os stakeholders com muito respeito. São funcionários, corretores de seguros, prestadores de serviço, fornecedores e acionistas. Sempre me identifiquei com o desenvolvimento de pessoas e também gosto muito de lidar com processos, sempre focando no desenvolvimento da eficiência, isso caracterizou minha carreira”, revela.

Programas de governança

O desafio das principais operações de seguros tem sido diminuir despesas e ganhar performance. A Porto Seguro aposta em uma forte política de conduta, governança e regras de compliance para garantia de qualidade e desempenho através de controles internos. “Temos uma superintendência de riscos que cuida de toda governança da companhia. Cada área hoje dentro da Porto Seguro possui um representante dessa divisão, além de termos um comitê de riscos”, explica Santos.

Produtos e serviços moldam experiência dos clientes

O seguro de automóvel continua sendo o carro chefe da Porto Seguro, embora sua participação percentual seja menor, decorrente da evolução de outros ramos como o residencial, vida, odontológico e patrimoniais. “Além de tudo temos uma série de serviços financeiros, como cartão de crédito e consórcio. Todos os produtos da companhia possuem distribuição pelo canal corretor, buscamos sempre produtos que atendam este requisito”, afirma o novo presidente.

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Para Roberto Santos, a busca pela eficiência deve ser cada vez maior. “Certamente haverá mudança no tamanho do risco do seguro de automóvel, com a diminuição do prêmio por eventuais soluções de tecnologia, por exemplo. Isso vai trazer grande diferencial para o dia a dia na relação do corretor com a seguradora e vai impactar na operação com o cliente final. Tudo isso também está relacionado com os processos que surgem para facilitar as operações”, comenta. Outro ponto crucial para o executivo é a inteligência analítica, para cada vez mais compreender o comportamento do consumidor para aperfeiçoar as técnicas de precificação. “Isso vai ajudar no desenvolvimento da venda cruzada, o chamado cross selling. Isso visa aumentar a conversão de negócios disponibilizados ao cliente”, completa.

Na visão de Santos, a Porto Seguro deve cada vez mais estar presente em todas as linhas de negócios que promovam proteção para os consumidores. “Estamos expandindo nosso plano de saúde para PETs, por exemplo. Os clientes cada vez mais querem produtos e serviços diversificados. Temos que estar preparados para isso. A conscientização do brasileiro sobre seguros ainda é lenta e gradual, mas cada vez mais as pessoas despertam para isso. A crise econômica e as discussões sobre reforma previdenciária certamente impulsionam este movimento”, analisa.

Aspectos econômicos

Para o novo presidente executivo da Porto Seguro, a companhia sempre enxerga o Brasil com uma visão mais otimista em relação ao futuro. “Nunca deixamos de investir no negócio e na estrutura”, disse. Para Roberto Santos, o mercado segurador é muito resiliente e reage bem às crises. “É uma característica dessa indústria”, reforça.

“Quando as pessoas crescem a Porto Seguro também cresce. Eu mesmo sou exemplo do que estou falando”, Roberto Santos, novo presidente executivo da Porto Seguro.

O capital humano é um dos maiores pilares da seguradora. “Dificilmente contratamos alguém de fora, normalmente, as pessoas começam de baixo e vão crescendo dentro da companhia. Existe todo um programa de treinamento e cursos ligados à própria operação. Sempre incentivamos a capacitação”, evidencia.

Apesar da busca constante por soluções inovadoras, Roberto Santos afirma que dará total continuidade ao trabalho de Fabio Luchetti. “Ele conseguiu elevar a companhia a um nível ainda maior ao longo dos últimos anos. Foi um trabalho desafiador, pois sucedeu a presidência do Jayme Garfinkel. Vou buscar colher os frutos do que foi plantado, por o Fábio [Luchetti] investiu muito em tecnologia e temos muito no que crescer e avançar, sem aventuras e sem fazer algo diferente demais. A ideia é manter nosso DNA de atendimento e serviços em nível de excelência”, conta.

Aceleradora de negócios

Todo esse conceito de inovação, intrínseco às operações da Porto Seguro, são complementadas pelo investimento na aceleração de negócios. “Temos sempre o objetivo de promover uma nova forma para fazer as coisas. Esse contato com empresas e startups da Oxigênio Aceleradora ajudam a empresa a encontrar seu caminho. Estamos aprendendo muito com essa garotada e isso contagia nossos gestores nessa verdadeira fórmula da inovação. Tem sido uma experiência muito positiva a que temos, pois projeta a companhia para frente”, finaliza.

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