A evolução das maquininhas

Confira artigo do Gerente de Projetos e Head de Meios de Pagamentos do Venturus

Na década de 1990, as maquininhas de cartão de crédito não tinham nada de eletrônico. Também conhecidas hoje como “Terminal de Pagamento” ou simplesmente “POS” (do inglês Point of Sales), naquela época elas eram completamente mecânicas e funcionavam apenas para tirar a imagem do cartão nas duas vias do recibo da compra. Para registrar a transação e receber a compra, o vendedor telefonava para a empresa adquirente para solicitar o código de autorização da transação. Era um processo lento e dificultava o trabalho dos comerciantes. Depois de algum tempo, surgiram os cartões com tarja magnética e, com eles, os terminais com o respectivo leitor e comunicação dial-up. O envio da transação de pagamento passou, então, a ser feito online, via internet discada. Porém, a utilização da tarja magnética se mostrou cada vez mais suscetível a fraudes e, assim, o mercado evoluiu novamente e nossos cartões passaram a possuir chips. Os terminais de pagamento, consequentemente, também receberam o respectivo leitor de chip e todas as mudanças internas que o uso desta tecnologia requer.

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Mas as transformações dos terminais não pararam por aí. Foram adicionadas novas opções de comunicação como cabo ethernet, Wi-Fi, SIM cards 2G/3G/4G (da rede de telefonia celular) e também bluetooth. Atualmente, terminais mais modernos também podem oferecer a opção de leitura de cartões de chip sem necessidade de contato com as máquinas (contactless), além da opção das novas carteiras virtuais via smartphones e também por meio dos dispositivos wearables, como pulseiras.

Além do uso dos mesmos SIM cards utilizados na telefonia celular, a história dos terminais de pagamento mostra mais algumas semelhanças com a do próprio telefone celular. O telefone surgiu para chamadas sem fio. Depois, passou a ter SMS, aplicativos embarcados, acesso à internet via tecnologia WAP, câmeras digitais e, por fim, surgiram os smartphones e suas lojas de aplicativos como conhecemos hoje.

De forma similar, o POS também recebeu alguns destes itens ao longo de sua história, como displays monocromáticos, displays coloridos, câmeras digitais, além das contínuas melhorias de definição de tela.

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Porém, o que mais chama a atenção é o histórico de celular e terminal terem sido criados para uma única tarefa: chamadas telefônicas e pagamentos com cartão, respectivamente. Hoje, ambos recebem o prefixo “SMART” em seus nomes, de forma extremamente justa, devido às suas capacidades como dispositivos multitarefas. Assim como o smartphone, o Smart POS possui a capacidade de executar aplicativos de qualquer área de negócio, mas com a vantagem de se integrar com a sua função original, que é a de receber pagamentos.

O mais recente capítulo da evolução dos POS tem foco no sistema operacional. Os principais fabricantes do mercado já apresentaram suas versões dos dispositivos com Android e agora investem nas estruturas de suas respectivas lojas de aplicativos.

Vamos a mais comparações: Os smartphones e suas excelentes câmeras praticamente acabaram com o mercado de câmeras digitais de uso pessoal. E por que não imaginar que um POS com câmera rodando um aplicativo de vendas, aliado à evolução do QRCode sobre o código de barras, poderia pôr fim aos leitores óticos de bancada que conhecemos hoje? Tecnologicamente falando, isto já é realidade!

Como tirar proveito?

O Smart POS é muito mais do que uma maquininha para receber vendas com cartão de crédito e débito. Ele pode executar um sistema completo de vendas de qualquer produto ou serviço, ler as etiquetas de código de barras ou QRCode, receber de forma segura a pagamentos de cartões e imprimir relatórios gerenciais, etc. Nos Estados nos quais roda o SAT Fiscal, o Smart POS pode, ainda, ser integrado ao sistema da respectiva Receita Estadual e imprimir o Cupom Fiscal.

É válido também citar algumas opções de terminais cujas aplicações oferecem Split de Transação, que acontece quando uma única transação de pagamento é dividida em mais de uma parte e o dinheiro é creditado diretamente na conta de mais de uma pessoa.

Um bom exemplo é quando o lojista vende um produto de terceiros e recebe uma comissão desta venda. Neste caso, o percentual maior da transação vai para o dono do produto e a comissão cai direto na conta do lojista. Outro caso interessante é o de clínicas médicas, odontológicas, salões de beleza e quaisquer estabelecimentos nos quais o prestador do serviço paga uma comissão sobre o valor recebido pelo serviço prestado ao dono do local.

Há também aplicações Multi-Merchant, que permitem que um mesmo Smart POS seja compartilhado entre mais de um vendedor. Quer um bom exemplo? Um salão de beleza pode ter cada cabeleireiro com sua própria conta junto à adquirente. Assim, ao passar o cartão no mesmo Smart POS, o usuário seleciona o nome do profissional que prestou o serviço e pronto, o dinheiro cai direto na sua conta. E se o salão cobrar uma comissão do profissional, aplica-se aqui o conceito de Split de Transação à aplicação e problema resolvido. E mais: o próprio salão pode vender seus produtos de beleza no mesmo POS. Neste caso, o “profissional” selecionado seria o próprio estabelecimento.

Independente da área de negócio, o Smart POS é um dispositivo que veio para ficar. E ainda há muito a ser explorado nas suas capacidades de ajudar os comerciantes a diminuir custos e aumentar a abrangência de suas vendas.

*Por Marcos Mendes do Rego, Gerente de Projetos e Head de Meios de Pagamentos do Venturus.

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