Previdência privada cai no gosto dos mais jovens

Mercado movimenta R$ 6,3 bilhões em janeiro, numa alta de 24,3% em relação ao mesmo mês de 2014

Imune à crise, o mercado de previdência privada movimentou R$ 6,3 bilhões no Brasil em janeiro, registrando crescimento de 24,3% comparado ao mesmo período 2014, quando a arrecadação totalizou R$ 5,1 bilhões. Em 2015, as contribuições somaram R$ 95,6 bilhões neste tipo de investimento. Os produtos para jovens e crianças são os que mais crescem. Do total de 12,5 milhões de pessoas que possuem o benefício no país, 9,2 milhões estão nos planos individuais, incluindo os planos para menores. A insegurança financeira e a preocupação com a educação dos filhos estimulam os pais escolherem o investimento. Outro atrativo é o valor do tíquete mínimo, entre R$ 30 e R$ 50. Mesmo no aperto, é o tipo de poupança que cabe no bolso.

Publicidade

Pedro13, e a irmã Maria Alice, 8,têm planos de previdência complementar desde que nasceram. O pai, o empresário Alexandre Cavalcanti,45, tem o argumento na ponta da língua: “O objetivo é ter um dinheiro reservado para o futuro. O foco é a educação e um suporte à vida profissional. Se eles cursarem universidade pública, o dinheiro vai para estudar fora ou fazer um intercâmbio”. O desembolso mensal é de R$ 200 e não pesa muito no orçamento.

O produto adquirido por Alexandre permite que filhos assumam as contribuições quando atingirem a maioridade. Ele aponta outra vantagem: “Tem o seguro. Se acontecer algum imprevisto, eles têm estudo garantido.” O empresário possui dois planos de previdência para complementar a renda na aposentadoria.

O segmento de planos para crianças representa 33%do mercado da seguradora Brasilprev no país. No Nordeste, a participação passa para 39% e em Pernambuco a fatia é de 36%, acima da média nacional. Outra particularidade, o tíquete médio de contribuição dos pernambucanos é de R$ 418, acima de R$ 382 da média regional e de R$ 413 da média nacional. A seguradora possui 1,9 milhão de clientes de previdência privada no Brasil. A maioria é de clientes até 50 anos.

Publicidade

“Os pais têm a educação como principal motivo para comprar um plano de previdência para os filhos. A classe A-B não vê só a faculdade, mas um curso fora do país e a carreira profissional. Na classe C, a grande preocupação é a educação universitária. A única forma de ascensão social”, pontua Soraia Fidalgo, gerente de inteligência e gestão de clientes da Brasilprev.

Soraia enxerga o potencial do mercado pernambucano de previdência complementar: “Pernambuco cresce em valor aportado e em tíquete médio. A região tem um polo de tecnologia e inovação instalado. Você vê a ascensão econômica da região. Isso faz com que o nosso produto voltado para investimento de longo prazo acabe sendo mais procurado pelas pessoas”. Pernambuco representa hoje 3% do mercado nacional de previdência privada.

Em 2015, a captação líquida da Icatu Seguros e Planos de Previdência alcançou R$ 900 milhões, registrando crescimento de 40% em relação a 2014. No segmento júnior, a empresa cresceu acima de 60% entre 2014 e 2015. “O principal objetivo é pensar no planejamento financeiro para que o filho possa usar esse recurso para custear o ensino superior ou uma viagem de estudo”, destaca Henrique Jenkins, diretor regional Nordeste da Icatu. Ele reforça que a região possui um mercado em expansão.

*Com informações de Diário de Pernambuco.

Artigos Relacionados