Escola Nacional de Seguros terá curso superior de tecnologia

Confira entrevista que o presidente da entidade, Robert Bittar, concedeu ao Portal Folha Dirigida

No evento que marcou o início das comemorações dos 45 anos da Escola Nacional de Seguros, o presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, anunciou uma das principais novidades em pauta: a criação de um curso Superior de Tecnologia na área de Seguros. Com o novo curso, a instituição amplia ainda mais seu papel como formadora de profissionais, que atualmente engloba qualificação técnica, graduação e pós-graduação.

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“E o interessante é que, como o curso superior de tecnologia também é considerado uma graduação, o formando ganha, inclusive, direito de acesso a registro no Conselho Federal de Administração (CFA)”, destacou Robert Bittar. Segundo ele, apesar da crise pela qual passa o país, a área de Seguros traz boas perspectivas de inserção profissional. “Nesse momento, em que temos uma expectativa de PIB ainda negativo, de crescimento econômico zero, o mercado de seguros continua se expandindo”, destaca o presidente da Escola Nacional de Seguros.

Folha Dirigida – Em 2016, a Escola Nacional de Seguros completa 45 anos. O que está sendo planejado para este ano?

Robert Bittar — É uma data comemorativa e muito importante quando associamos a história da Escola Nacional de Seguros com a história do próprio setor. Em 1971, ela nasceu como uma instituição dedicada à formação de corretores de seguros, mas expandiu seus horizontes. Há alguns anos, a Escola Nacional de Seguros assumiu a função de formar e qualificar toda a mão de obra do setor de seguros. Hoje, temos uma diversidade de ações complementares que são muito importantes para o setor, no sentido da sua formação e qualificação técnica e de gerar conhecimentos através das estudos que a Escola realiza por meio de seu centro de pesquisa. Temos investido também em processos de aproximação com a sociedade consumidora.

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De que forma?
Nessa linha, temos, por exemplo, um programa de palestras que dão apoio às necessidades de divulgação institucional do setor. Temos também um portal dedicado ao esclarecimento em relação a todas as questões relacionadas a seguros, que é voltado ao público consumidor. No campo educacional, um marco importante ocorreu em 2005, quando tivemos a portaria ministerial elevando a Escola Nacional de Seguros à categoria de instituição de ensino superior. Com isso, passamos a ofertar cursos de bacharelado em Administração, com Ênfase em Seguros e Previdência, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo. A partir daí, também implantamos cursos de extensão e de pós-graduação com bandeira própria, hoje muito dedicados a seguros, resseguros, gestão de riscos e Direito do Seguro. Também mantemos diversos convênios com instituições internacionais de ensino voltadas ao setor de Seguros. Ou seja, procuramos, ao longo desses anos, e tivemos êxito nisto, tornar a Escola Nacional de Seguros uma instituição de ensino muito mais ampla, com uma diversidade de ações que realmente atenda todos os anseios do setor de seguros e da sociedade brasileira. Buscamos também inserir a instituição em alguns programas de Responsabilidade Social.

Como isto foi feito?
Procuramos atuar nessa diretriz a partir de motes de responsabilidade social interligados com os interesses do setor de Seguros. Um exemplo é a formação do quadro do Amigo do Seguro, constituído de adolescentes, oriundos da rede pública de ensino, via de regra de comunidades carentes, que são qualificados e inseridos no mercado de trabalho por meio dos convênios que temos com o CIEE e com empresas do setor de Seguros. Temos também o Programa de Educação no Trânsito, pelo qual realizamos um projeto chamado “Se Essa Rua Fosse Minha”, que é uma distribuição de ensinamentos sobre disciplinas no trânsito, diluídos ao longo de todo o ano letivo. Enfim, há vários programas nessa linha, que entendemos serem complementares ao próprio conceito de Seguro que é, na essência, um produto de responsabilidade social.

Há projetos novos em pauta?
Obtivemos, recentemente, autorização do Ministério da Educação para um curso superior de tecnologia, que pretendemos iniciar no primeiro semestre de 2017. Estamos também em processo de aprovação da ampliação da oferta de ensino a distância, assim como estamos buscando autorização para cursos complementares de pós-graduação e extensão, também a distância. Existe uma capilaridade do mercado, atuante em todos os grandes centros brasileiros, e o ensino precisa chegar até esses profissionais de uma forma mais facilitada. E o ensino a distância é uma grande ferramenta de divulgação, pela qual buscamos para alcançar essa capilaridade.

Qual será o perfil desse curso superior de tecnologia?
O curso superior de tecnologia terá conteúdo todo direcionado para a área de Seguros. É bem mais focado, em comparação com nosso bacharelado em Administração, com Ênfase em Seguros e Previdência. E o interessante é que, como o curso superior de tecnologia também é considerado uma graduação, o formando ganha, inclusive, direito de acesso a registro no Conselho Federal de Administração (CFA). Ele apenas tem um conteúdo programático mais conciso e um período de duração menor.

Gostaria que nos falasse sobre o mercado de seguros no Brasil. Ele continua em alta?
O mercado de seguros no Brasil tem um viés de crescimento muito expressivo já há muitos anos. Se observarmos o cenário de 12 ou 13 anos, o mercado de seguros cresceu em média três ou quatro vezes o crescimento do próprio Produto Interno Bruto (PIB). Em alguns períodos, até mais do que isso. Nesse momento, em que temos uma expectativa de PIB ainda negativo, de crescimento econômico zero, o mercado de seguros continua se expandindo. Ainda que consideremos que o crescimento esperado nesse período seja menor do que a inflação, temos que levar em conta que é muito maior que a expansão de outros setores da área de Serviços e da Indústria. Isso é altamente positivo. Porque há esse ambiente de crescimento, mesmo em um quadro de recessão econômica? A área de Seguros, no Brasil, ainda tem muito espaço de penetração. A população brasileira é gigantesca e obviamente há uma diversidade de produtos securitários que sempre vai contemplar a necessidade e o interesse das famílias. Por isso, ainda há espaço a ser ocupado. E é isso que mantém o índice de crescimento, independente do quadro econômico.

A tendência, então, é que essa área continue muito promissora para quem quiser direcionar sua carreira para ela…
Eu considero que o setor de seguros, assim como o de Informática, tende a crescer e abrir espaços de empregabilidade e desenvolvimento profissional, independentemente dos quadros econômicos. Naturalmente, haverá períodos com crescimento mais ou menos acentuado de expansão, mas tendência é de crescimento constante. Isso beneficia a empregabilidade, a elevação do nível de renda, na medida em que houver a qualificação dos profissionais que se dispõem a desenvolver carreira nesse sentido.

*Informações de Folha Dirigida.

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