Presidente do Sincor-RJ é contra utilização do aplicativo Zim

“Não é seguro entregar dados a uma empresa aliada a Youse”, disse Henrique Brandão

Durante o 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, que aconteceu em Goiânia (GO), a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) apoiou o lançamento do Aplicativo Zim, uma plataforma digital que pode auxiliar o corretor de seguros no desenvolvimento de atividades. A plataforma foi desenvolvida pela Wiz, uma empresa que possui participação acionária da Caixa Seguros, que também é acionista da Youse. No aplicativo é possível efetuar uma cotação e inserir todos os dados do corretor e do segurado, para que o mesmo efetue as suas funções.

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Henrique Bradão, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro / Divulgação

O presidente do Sincor-RJ, Henrique Brandão, comunica a categoria, as seguradoras e as empresas ligadas ao setor, que não apoia um recurso que além de efetuar a captação de novos negócios de forma abusiva, permanece com os dados do segurado caso haja desistência do corretor de usar o aplicativo.

“Aos que pensaram que usei a declaração de um Corretor de Seguros paulista no meu comunicado anterior como forma de me esconder, venho publicamente declarar que sou contra esse aplicativo. Lançar uma plataforma de vendas e abraçar a empresa em um congresso como um recurso tecnológico inovador, foi uma falta de respeito da Federação para com a categoria. E afirmo que não é seguro entregar seus dados a uma empresa que está aliada a Youse, pois é muito contraditório convocar a todos para as plenárias em Brasília, acionar a Susep e os principais representantes das entidades representativas do setor para combater a comercialização do seguro de forma imprudente considerando a Youse como uma seguradora, e em seguida se aliar a mesma corporação que atua com a solicitação de captar os dados do corretor e do segurado. O que eu puder fazer para combater, assim farei”, concluiu Brandão.

A declaração do Corretor de Seguros citada por Brandão ganhou destaque nas redes sociais, confira:

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“Entendo que [as justificativas sobre o lançamento do aplicativo] tentam explicar o inexplicável. E pior, tentam camuflar responsabilidades nesta operação – o que, convenhamos, não fica de bom tom.

‘Vai do arbítrio de cada corretor julgar e decidir se gosta ou deve aderir’, esta afirmação é tão paradoxal e contraditória que é possível comparar a: ‘Vai da escolha de cada Corretor(a) conhecer o diabo mais rapidamente ou não!’.

Jamais algo como esse “Cavalo de Troia”, tangível e traiçoeiro, poderia ter adesão imposta aos Corretores de Seguros. Para nossa sorte, as mentes que tanto procuram nos diminuir e acabar com nossa importância no Sistema Nacional de Seguros Privados, ainda não encontraram uma maneira de controlar nossa soberana vontade e acabar com os preceitos constitucionais que nos garantem o livre arbítrio. E da mesma forma que lhe chateia saber que de 100 mil Corretore, pouco mais de 700 aderiram ao Ibracor (ressalto: mais um ‘oferecimento’ das organizações Fenacor-Sincor), creio que este assunto também irá decepcionar seus parceiros sindicais e federativos, pois acredito que a “nossa turma” (eu incluso) seguirá administrando seus negócios diretamente na intranet disponibilizada pelas sociedades seguradoras. Afinal, sabemos, preguiça é algo que não atinge nossos pares, que “acordam desempregados todos os dias” e precisam jogar “nas onze” diariamente.

Aproveito para pontuar uma frase de Edmund Burke, adaptada a este contexto: ‘Quem não conhece a própria história está condenado a repeti-la!’.

Respeitosamente;
José Carlos N. de Souza
Corretor de Seguros (orgulhosamente)“.

*Este comentário não expressa necessariamente a opinião da Revista JRS sobre o assunto, no entanto, é mais do que nosso dever informar aos profissionais da categoria os diversos pontos de vista sobre as situações cotidianas do mercado. O texto foi adaptado para reprodução jornalística.

De acordo com o Nilo Rocha, diretor social do Sincor-RJ, estar presente no Congresso foi de suma importância para compreender como a tecnologia vem sendo abordada junto ao setor de seguros. “Estar num Congresso, que aborda um assunto que já está em pauta por um bom tempo no mercado, só agrega em relação a nossa reflexão como Corretores de Seguros, em como encarar o futuro. As novas tecnologias estão presentes no nosso cotidiano e devemos ter todo cuidado em filtrar as referências tecnológicas que aparecem. E o mais importante: estar sempre atentos em conhecer tudo que nos apresentam”, concluiu.

Com a palavra, a Zim:

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